Grife de acessórios carioca cuja essência é a pluralidade, o Atelier Chilaze lança a coleção cápsula “Moiras”, que foca no combate ao etarismo – intolerância relacionada à idade. Para isso, a diretora de estilo Claudia Chilaze convocou um trio de modelos de idades diversas para posar para o shooting da nova fornada de peças: Nayara Piaro, 24, Monica Moura, 54, e Veluma, 68. São três negras de postura empoderadíssima, cada qual ao seu jeito.

 “Escolhemos tops negras porque a questão da inclusão racial está em evidência. Então, é perfeita para chamar atenção para esse assunto tão urgente quanto, mas que acaba ficando em segundo plano. O preconceito contra a idade é cruel e não corresponde nem aos avanços sociais que chancelam uma agenda global mais justa, nem à realidade de mercado, uma vez que a população planetária envelhece a passos largos. É inaceitável que ainda exista esse tipo de resistência”, comenta Claudia. “Tenho sempre na cabeça expoentes como a bailarina Marilena Ansaldi (1934-2021), falecida recentemente e uma potência até o final”, completa.

 Diretora comercial da marca, Sandra Chilaze finaliza: “Somos de uma família longeva que sempre respeitou a idade. Nosso avô, que fundou o armarinho que acabaria virando o Atelier Chilaze, trabalhou aqui a vida inteira. E nosso pai Anis, aos 91 anos, ainda vem diariamente à nossa loja matrix, no Centro, bem como nossa mãe Maria Elisa, 79, que permanece figura ativa na unidade de montagem do atelier. Nós mesmas, eu e Claudia, tomamos a rédea da empresa já maduras”. 

 Nayara Piaro já havia posado para a brand na última campanha, encantando a equipe de criação. Monica Moura faz parte daquela cepa de tops negas que estourou no Brasil da virada dos anos 1990, na esteira do sucesso de Naomi Campbell. Sua trajetória de sucesso se confunde com a consolidação das primeiras semanas de moda no Brasil, a Semana Leslie (1992) e a Semana de Estilo Barrashopping (1995-2001). E Veluma é uma lenda: durante muitos anos, foi a única negra a se destacar na geração que incluía de Monique Evans a Fátima Muniz Freire, passando por Isis de Oliveira. Ao serem convidadas para o trabalho, cada uma recebeu a missão de incorporar o espírito de sua época ao ensaio, em sintonia fina com o sentido de sororidade que reforça a união entre  mulheres diversas, independente da idade.         

 O nome da coleção, “Moiras” (Parcas, na designação romana), alude às três irmãs filhas dos deuses Zeus e Têmis, de idades diferentes e responsáveis pelo destino da humanidade: a novinha Cloto tece o fio da vida; a madura Láquesis embaralha os fios, fazendo com que nossas existências se entrelacem; e a anciã Atropos corta o fio, estabelecendo a morte. 

 Em destaque colares curtos e longos de bolas, japamalas com barbicaches de linhas coloridas, mix de pulseiras em resina e madeira, novos maxi aneis, bolsas, clutches e leques em palha multicolorida desenvolvidos no Ceará e no Peru, ecobags listradas em palha de buriti, do Maranhão, e mini bolsinhas em madeira com listras ou em forma de elefante, em resina encravada, do Sul. E, claro, uma nova linha de torsades com cordas sustentáveis, de garrafa pet, clássico eterno do Atelier Chilaze.