A Expand informa que ainda tem algumas garrafas da linha do Romanée-Conti
2010.

 O La Romanée-Conti é o
vinho mais cobiçado do mundo. Uma lenda. Sua história de onze séculos se
confunde com a da Borgonha, uma das mais antigas e importantes regiões
vinícolas do Planeta. A denominação La Romanée é uma referência aos
romanos que, ao chegarem à Borgonha, já encontraram videiras plantadas. Em
1131, o duque da Borgonha cedeu suas terras (incluindo este vinhedo) ao
mosteiro de Saint-Vivant. Desde então, La Romanée teve apenas nove donos.

Em 1760, o já famoso vinhedo foi vendido para
Louis-François de Bourbon, o príncipe de Conti, que teve de disputar sua compra
com madame Pompadour. O príncipe, amante das artes e dos vinhos, destinou toda
a produção ao seu consumo pessoal. Em 1793, Conti foi preso pela Revolução. A denominação
Romanée-Conti, ao contrário do que se pensa, só surgiu em 1794.

Em 1911, La Romanée-Conti foi adquirido pela
família Villaine, atual proprietária. Até 1945, as vinhas eram pé franco –
raízes originais européias. Durante a II Guerra, os produtos químicos e a
mão-de-obra necessária para proteger o vinhedo da phylloxera – praga que ataca
as raízes – sumiram. As vinhas definharam e foram arrancadas; foram plantados
enxertos (cavalos) ou raízes americanas enxertadas, resistentes à praga. O
vinho deixou de ser produzido de 1946 a 1952. Romanée-Conti de safras
até 1945 vale fortunas.

A DRC produz, além do vinho que lhe dá nome, os
também raros e caros: La Tâche, Richebourg, Grands Échézeaux, Échézeaux,
Romanée-St-Vivant e o Le Montrachet, o único branco. Para um país em
desenvolvimento como o Brasil, ocupamos a expressiva posição de 10º mercado
mundial desses vinhos, e maior importador da América Latina, com 1,3% da
produção total, o que representa cerca de 80 caixas por ano.

São garrafas disputadíssimas no mundo inteiro,
apesar de serem para poucos. Analisando o catálogo de preço desses vinhos,
conclui-se que é também um investimento. Uma garrafa de uma boa safra pode
quadruplicar em dez anos o seu valor em dólar.

E o vinho em si, vale o que custa? É caro porque é
famoso ou é famoso porque é caro? Costuma-se dividir os apreciadores de vinho
em dois grupos: os que já o provaram e os que não. Já se descreveu o Romanée-Conti
como “o encontro do cetim com o veludo”, ou ainda, como “uma mão de ferro em
luva de veludo”, por aliar estrutura à maciez. Robert Parker, crítico de vinho
notório por sua análise fria e precisa, escreveu: “Aromas celestiais e
surreais…”.

2010
Talvez a mais espetacular safra dos últimos anos, igualando-se ou até
ultrapassando as reluzentes, 1990, 1996, 1999, 2005 e 2009. O clima ajudou
muito e os vinhos foram esplendorosos. Os resultados foram similares tanto na
Côte de Nuits quanto na Côte de Beaune. Tintos extraordinariamente estruturados
com fruta muito madura, potência, incrível suculência e elegância sem fim.

 Vale a pena conferir