Abrahão Salomão, sócio da Posidonia. , foto /divulgação

Abrahão Salomão, sócio da Posidonia. , foto /divulgação

Para combater a crise, a companhia nacional de navegação Posidonia decidiu adotar uma estratégia pouco convencional em períodos de recessão econômica: vai investir cerca de US$ 100 milhões nos próximos cinco anos. A empresa, especializada no transporte de cargas pela costa brasileira (cabotagem) e longo curso, pretende utilizar esses recursos basicamente para a construção, aquisição e afretamento de novas embarcações. Com a ampliação da frota, a Posidonia terá condições de melhorar sua competitividade, oferecer serviços com menores custos e dobrar sua participação no mercado até 2020.

“É um plano ousado e ambicioso, ainda mais com o cenário adverso que enfrentamos. Temos de investir para combater a crise. É a melhor alternativa para ampliarmos nossa presença e a oferta de nossos serviços. Com mais embarcações disponíveis, temos a oportunidade de disputar mais negócios com nossos concorrentes”, explica Abrahão Salomão, sócio da Posidonia.

Parte desses recursos já está sendo utilizada para a incorporação de duas novas embarcações à frota da empresa. O primeiro é o barco de apoio e produção de Óleo e Gás, do tipo AHTS 7000, de bandeira brasileira. Adquirido recentemente pela Posidonia por cerca de US$ 3 milhões, a embarcação passou por uma ampla reforma. Toda sua estrutura foi modernizada e reforçada para atender a todos os requisitos necessários de segurança e eficiência operacional. A expectativa é de que o barco esteja em operação dentro de 60 dias.

“É mais um investimento importante que fazemos em curto prazo para ampliarmos nossa presença no mercado nacional e especialmente no segmento de óleo e gás. Essa aquisição vai gerar uma enorme economia em afretamento e um potencial de desenvolver novos negócios”, detalha  Salomão. “É um navio bastante eficiente e capaz de operar por pelo menos por mais 10 anos. Com essa aquisição, seremos mais eficientes nesse tipo de operação”, completa.

A outra embarcação que chega para compor a frota é a P. Fenix. Afretado pela companhia, o navio de carga geral tem capacidade para transportar 2,7 mil toneladas e será utilizado para remessa de cargas secas unitizadas e especializadas de projetos de infraestrutura.

Em outra frente mais ousada, a Posidonia também planeja construir mais três navios com capacidade de até 15 mil toneladas a partir do próximo ano. Cada embarcação consumirá cerca de US$ 27 milhões de investimento, com parte bancada pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM).

Recentemente a companhia também anunciou a construção do multi-propósito Posidonia Bravo, com aporte de US$ 17 milhões. O navio, que está em produção no Rio Grande do Sul, tem capacidade para transportar 2,7 mil toneladas e atender a demanda de cargas especializadas para os projetos de infraestrutura. Deve entrar em operação no segundo trimestre de 2016.

Com a ampliação da frota, a Posidonia projeta encerrar o ano com faturamento de R$ 70 milhões. “Estamos otimistas. Estas duas embarcações trarão um novo fôlego ao nosso negócio. Estimamos triplicar nosso faturamento até 2020 com estas e outras ações”, revela Salomão.

Somente no primeiro semestre deste ano o volume de carga transportada pela Posidonia chegou a cerca de 230 mil toneladas. Com a chegada das novas embarcações, o volume de carga transportada deve aumentar consideravelmente. “Estimamos chegar até o final deste ano com cerca de 1,2 milhão de toneladas de volume de carga transportada”, prevê.

A Posidonia atua em cinco segmentos estratégicos: armação, administração e operação de navios (ship management); transporte feeder de contâineres; transporte de granéis sólidos e líquidos; transporte de carga geral e veículos e operação de apoio marítimo.