A proposta do presidente e dos ministros da área econômica na recriação da CPMF , agora como “Contribuição Interfederativa da Saúde” com alíquota de 0,38%, está enfrentando resistência de parlamentares(deputados e senadores) e empresários

Ao analisar a proposta do Governo de reinstituir a CPMF, o presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, disse ontem, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, “vai levar o Brasil ao caos” com seus erros na condução da política econômica. “Se o ministro da Fazenda não tiver a competência para encontrar outros caminhos para resolver a questão econômica brasileira, a não ser o aumento dos impostos, é melhor ele arrumar as malas e voltar para casa”, afirmou.

Na avaliação de Skaf, cobrar mais impostos agrava a crise. “O aumento de alíquota emperra mais ainda a competitividade e os setores produtivos. Com isso não vai haver fim do ajuste, porque vai derrubar tanto a economia que a arrecadação vai cair. Aí será preciso fazer outro ajuste, para compensar a perda de arrecadação. E depois outro ajuste.”

Skaf lembra que a recessão “enterra o emprego”. “Se continuar assim, o ministro da Fazenda vai ser o ministro do Desemprego”, declarou. “Levy é insensível, pensa que desemprego não é problema. Mas é problema. É muito importante respeitar as pessoas, e o maior respeito a uma pessoa é manter o emprego dela.”

O governo precisa diminuir suas despesas, disse Skaf, e tomar medidas de estímulo ao setor produtivo. “A política econômica tem que estimular a economia, de forma que ela possa produzir mais.” Com o crescimento da economia, a arrecadação aumenta, sem a criação de impostos ou aumento de alíquotas.”

Os brasileiros, afirmou Skaf, não vão aceitar nem um centavo mais de impostos, “além deste absurdo que já se paga – e para ter péssimos serviços. Principalmente a CPMF, que veio, já foi embora, foi enterrada. Querem ressuscitar um morto”.

Na avaliação de Paulo Skaf, a proposta de volta da CPMF é um balão de ensaio, que a população vai rejeitar. “O governo que encaminhe o pedido da volta da CPMF, para ver como a sociedade reage. Nós da Fiesp vamos sair na frente, nesta reação à CPMF. Se for necessário, vamos correr o Brasil todo”, declarou. Em 2007, a Fiesp teve papel central na extinção da CPMF.

Na tentativa de ganhar apoio político de prefeitos e governadores, o governo pensa em transformar a CPMF de contribuição em imposto, que seria dividido com Estados e municípios. “Seja contribuição, seja imposto, no final é a população que paga”, resumiu Skaf.

Ele espera que os governadores tenham a consciência de que a sociedade não aceita mais impostos. “Mas se for necessário haver uma reação forte também contra os governos estaduais que apoiarem