O ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio participou da quarta edição do Festuris Live – projeto desenvolvido pela Feira Internacional de Turismo de Gramado dos CEOs Marta Rossi e Eduardo Zorzanello.  Durante a live, ele falou sobre as medidas que vêm sendo praticadas pela sua pasta para a recuperação do setor.

Entre os destaques, o crédito de R$ 5 bilhões para micro, pequenos e médios empresas do turismo,  aprovado através da MP 963, que  deve ser liberado dentro de 10 dias. “Temos plena consciência que o recurso ainda não chegou lá na ponta, aos prestadores de serviços turísticos do Brasil. Mas estamos prestes a finalizar a modelagem do crédito. Acredito que em uma semana, estourando 10 dias, esse crédito já estará disponível nas agências credenciadas”, disse.


foto – Roberto Castro/MTur

Na conversa,  com Marta Rossi e Eduardo Zorzanello,  o ministro detalhou as medidas provisórias adotadas desde o início da pandemia. Ao contextualizar o cenário, lembrou que no ano passado a economia do turismo no Brasil cresceu 2,6% – mais que o dobro do PIB Nacional. Porém, diante do impacto da pandemia, diversas ações foram necessárias para buscar garantir a sobrevivência do setor.

Marcelo destacou que as condições  do empréstimo, são muito atrativas, incluindo uma taxa de juros de 5% ao ano + INPC com até 12 meses de carência e 60 parcelas de amortização. “Estamos em tratativas avançadas com o BNDES para a utilização de um Fundo Garantidor, o FGI, para que a gente consiga um compartilhamento de risco e, consequentemente, uma flexibilização de garantia para as pessoas que estão buscando o crédito”, explicou.

Além de apresentar as MPs para a recuperação do setor , reforçou que a segunda etapa da retomada refere-se ao fortalecimento do turismo interno. A primeira ação foi a criação do selo de biossegurança que serve para certificar estabelecimentos de 16 segmentos do turismo que adotarem o protocolo e cumprirem medidas de higiene e prevenção contra o coronavírus. 

Marcelo Álvaro projetou ainda que o número de brasileiros que fazem turismo doméstico deve subir de 60 milhões para 100 milhões na retomada pós-pandemia.  Mais brasileiros realizando viagens regionais, interestaduais e intermunicipais. Para isso, o turismo rodoviário é um dos focos do Mtur e deve receber uma atenção especial neste ano, reconhecendo também a necessidade de conectar os modais de transporte (aéreo, rodoviário, fluvial, marítimo).

“Também estamos projetando uma grande campanha publicitária justamente para resgatar esse sentimento do brasileiro. Em primeiro lugar, somos o país com mais recursos naturais no mundo. Somos o oitavo em recursos culturais. Temos uma infinidade de recursos no Brasil que nós, brasileiros, não conhecemos. Além disso, quando os brasileiros se disporem a conhecer as maravilhas do Brasil, vão gerar emprego e renda para nossa população”, detalhou

O ministro também apontou que outro foco de sua gestão está no setor de eventos e no turismo de negócios, que segundo ele possui um ticket médio três ou quatro vezes maior do que o turismo de lazer, por exemplo. Marcelo Álvaro salientou que a transformação da Embratur em agência de promoção internacional também tende a contribuir para a atração de investimentos estrangeiros no Brasil. 

“Temos o papel de ampliar o número de turistas domésticos e atrair mais turistas internacionais. Aí vamos começar a equilibrar a balança deficitária que o turismo possui hoje no Brasil. Os brasileiros deixam 19 bilhões de dólares fora do Brasil, enquanto os estrangeiros deixam 6 bilhões de dólares aqui. Então, temos um déficit de 13 bilhões de dólares na balança comercial do turismo para resolver”, analisou.

“Estamos trabalhando incansavelmente para evitar o desmonte do setor do turismo. Nós vamos sair disso e vencer essa dificuldade juntos. No planejamento de retomada, vamos colocar na mesa todas as entidades representativas do setor para que a gente consiga fazer essa modelagem juntos”,finalizou