Com foco no tema “Desafios na nova indústria do turismo”, o LIDE Rio de Janeiro reuniu  em uma live,  Dilson Verçosa, diretor de vendas da American Airlines para América do Sul e Central, e Michael Nagy, diretor de vendas e marketing do Fairmont Rio de Janeiro Copacabana – AccorHotels. Entre as conclusões, frente a um cenário novo e difícil para qualquer previsão sobre o que irá acontecer, os executivos concordam que o mercado interno será o 1º cliente, e que é preciso ser transparente na comunicação das medidas que estão sendo tomadas, pois isso é uma cobrança do consumidor.

 Segundo Dilson Verçosa

Dlson Verçosa foto Gladstone Campos




· A situação atual é muito complicada por ser algo absolutamente novo. Não sabemos como será e nem como o mercado vai reagir na pós-pandemia.

· Em comparação com 11 de setembro, que o inimigo era a segurança, essa crise lida com um inimigo invisível, difícil de prever.

· A American Airlines tem feito uma série de ações para uma retomada mais rápida, como uma aliança com a GOL, para que os passageiros possam usar as milhas nas duas empresas em um prazo maior.

· Um grande foco será na limpeza das aeronaves, combinada com ações similares nos aeroportos, com um protocolo de viagem mais rígido.

· O mercado doméstico deve ser o primeiro a voltar. As tarifas das passagens começarão menores, devido à baixa procura, mas os valores tendes a aumentar de acordo com medidas futuras a serem tomadas, como o bloqueio de assentos para promover o distanciamento, por exemplo. É sabido algumas medidas se tornam insustentáveis no ponto de vista econômico.

· O cenário muda muito rápido, de um dia para o outro, então é difícil falar e/ou estabelecer soluções permanentes. Haverá impactos em algumas rotas que, provavelmente, não voltaremos a operar (exemplo de Córdoba – Miami). Porém, dependendo da demanda no futuro elas podem voltar. Além de não ter como saber ao certo quando os voos voltam, pois isso depende da abertura das fronteiras nos países. Algumas rotas que estavam programadas para esse ano, só serão operadas em 2021.

· O mercado vai voltar, é só questão de tempo. A América Latina é um mercado a parte, pois cai e se levanta muito rápido. Vai melhorar a partir do momento em que as pessoas tiverem mais confiança em viajar. Os viajantes se acostumarão com as medidas sanitárias que estão sendo tomadas para uma retomada mais “tranquila”, como o uso de máscaras durante o voo, refeições servidas de uma só vez para o mínimo contato possível, entre outras.

· Com o cenário atual e a alta o dólar a demanda do brasileiro para viagens ao exterior vai ser muito mais reduzida, mas isso facilita a vinda de estrangeiros para o país, o que tem que ser explorado pelos órgãos do governo. A Embratur, por exemplo, tem que promover mais o Brasil mundo a fora, incluindo os eventos.



 Para Michael Nagy

foto divulgação



· O setor está todo parado, com as iniciativas sendo tomadas a cada dia. A Accor, por exemplo, foi rápida nos processos e está focando no bem-estar dos colaboradores, através de fundos entre a rede e os investidores. 80% dos colaboradores foram mantidos.

· Novos protocolos estão sendo aprendidos a cada dia, de acordo como a situação vem se desenvolvendo. A retomada vai depender de muitos fatores, inclusive uma atenção maior do governo em relação ao Turismo, mercado que movimenta milhões por ano.

· Também acreditamos que a retomada vem com o público interno, ainda mais no Rio de Janeiro, com opções de lazer nas praias (ar livre) e fácil acesso por rodovias e aeroportos. O Fairmont vem estudando como adequar os produtos internos a essa nova realidade (spa, restaurante, bar, academia) para que haja segurança da saúde e bem-estar de hóspedes e de seus colaboradores no retorno.

· Ainda não há uma data definida para a reabertura do hotel, em 2 ou 3 semanas essa data poderá ser anunciada. A equipe tem analisado diferentes cenários e planos de retomada para que seja da forma mais segura e viável. Só abrir não é a única preocupação. É preciso abrir e ter condições de operar, e isso depende das regras sanitárias das cidades e países.

· A união dos setores vai ser o grande mote dessa retomada. É preciso ser inteligente e não afoito para discutir, mais do que nunca, as soluções pós-pandemia. Isso é um dever e comprometimento de todos.

· Daqui a um ano o receptivo pode voltar ao que era antes. Nesse período, deve acontecer um resgate de viagens para destinos icônicos, e o Rio de Janeiro se encaixa. O período pode variar de 6 meses a 1 ano.

· Sobre os eventos, parte importante dessa retomada, é preciso adequar os espaços com novas formatos como, por exemplo, realizar eventos com menos pessoas presencialmente, mas transmitindo online para um público maior.

· É muito importante a promoção do Brasil no exterior, principalmente no mercado americano. As autoridades precisam investir nisso.


O encontro está disponível no link http://www.youtube.com/watch?v=eZy5QF3AW6U&feature=share