Índices da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) referentes ao ano de 2016 indicam que o país é a última cadeia têxtil completa do ocidente, ou seja, apenas os brasileiros conseguem concluir sozinhos o ciclo de produção, que vai desde a plantação do algodão, até a realização de desfiles, passando por fiações, tecelagens, acabamentos e comercialização final. Ainda de acordo com a associação, somos o quarto maior parque produtivo de confecção do planeta.

 

Carolina e Marcela Malloy por Bárbara Dutra

Outras informações relevantes veem de uma pesquisa realizada pelo Sistema Moda Brasil, criado em 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Estimativa feita em 2014 aponta um faturamento de US$ 67,31 bilhões, com mais de 10 milhões de empregos gerados em aproximadamente 68 mil empresas.

 

Os salões de negócio contribuem muito para a movimentação dessa área. Algumas grifes nacionais têm se destacado nesse cenário, como a mineira Arte Sacra, especializada em vestidos de festa. Pela décima vez, ela participou do CasaModa, realizado de 7 a 10 de novembro, em São Paulo. A grande representatividade dos clientes paulistas e a abertura de novas praças, principalmente no sul do Brasil, bem como a apresentação de peças inéditas da coleção do Inverno 2018, foram as grandes apostas para incrementar as vendas.

 

A internacionalização também é um movimento que tem ganhado força. Segundo a Abit, em 2016, as exportações do segmento fashion chegaram a US$ 9,06 bilhões. Seguindo essa tendência, a label também está investindo com mais expressividade nas transações externas, inclusive possui um escritório especializado e profissionais habilitados no ramo. Recém-chegada de Paris, onde participou do Mona Ferrat, evento tradicional do setor festa, a grife fechou contratos com cinco países do Oriente Médio: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Qatar, Líbano e Kuwait.

 

“Temos ótimas perspectivas com as exportações. O percentual esperado, em termos de crescimento de vendas, pode chegar a 30%, por isso focamos também no aumento da visibilidade e na projeção da nossa imagem,” explica Carolina Malloy, diretora-criativa da Arte Sacra. A intrínseca ligação da marca com a arte, a qualidade inquestionável das peças o trabalho handmade, muito valorizado pelos estrangeiros, sobretudo pelos árabes e europeus, foram decisivos para o sucesso e aceitação da label.