No  próximo dia 5 de abril, a Galeria Aura, na Vila Madalena, abrea exposição “A Hora Mágica”, da artista Leticia Lopes, com curadoria de Gabriela Motta. O título da mostra remete a uma expressão usada no cinema e na fotografia para designar aquele momento do nascer ou pôr do sol no qual a luz fica mais difusa e as cores mais saturadas, o que gera uma ambiguidade: uma atmosfera mágica na qual é impossível saber se o dia está começando ou terminando.

 

pintura 9 – sexo (vênus sobre fotografia de editorial) – 120 x 100 cm

A partir de suas observações em relação as narrativas atribuídas às imagens que compõem a história da arte, Letícia Lopes organiza suas próprias imagens-pintura em torno de alguns temas universais identificáveis nessas leituras. Cenas de rituais pré históricos ou de rituais do universo da arte contemporânea, por exemplo, como a performance de Joseph Beuys com seu Coiote, alinham-se numa discussão que aponta justamente para a arbitrariedade das classificações e para a o reconhecimento das manifestações estéticas enquanto linguagem.

 

Seguindo a mesma lógica de imagens ambíguas, a artista também apresenta a série “Constelações”, que traz telas empilhadas e imagens sobrepostas. Essas pinturas podem ser vistas como nuvens de hidrogênio, poeira cósmica e gases ionizados que se formam a partir de restos de estrelas, universo simbólico que sempre pautou a humanidade em suas buscas cientificas e espirituais. Assim como nos demais trabalhos da exposição, essas pinturas encarnam nossas sempre renovadas – e fracassadas – tentativas de nomear e dar a conhecer o mundo em sua totalidade.