A pesquisadora conceição Trucom, está lançando na Biobrazilfair , o estande da AAO – Associação de Agricultura Orgânica, a segunda edição revisada e ampliada do livro : “ Em Cadê o leite que estava aqui a autora quebra  os mitos do mercado de que só o leite é fonte de cálcio. Ela elenca ainda os principais problemas de qualidade e contaminação do leite que atualmente a maioria dos brasileiros consomem, o que pode acarretar em diversas doenças.Os aficionados aos laticínios têm neste livro um guia de receitas e de orientação sobre os processos básicos da alimentação vegana crudívora.

Segundo Conceição “Muitas são as receitas de alimentação vegana (ingredientes exclusivos de origem vegetal), divulgadas hoje pelas redes sociais. Mas não tínhamos ainda um livro com a combinação de receitas de laticínios e de outros quitutes de leites veganos, feitos a partir de sementes oleaginosas, de leguminosas e de grãos germinados. Há quem tema abolir a dieta baseada em carnes, laticínios animalizados e ovos, por conta da massiva propaganda medicinal que inunda os meios de comunicação, na qual esses alimentos animalizados são apresentados como únicas fontes de proteínas e de minerais. Para cumprir suas funções, é preciso que a célula seja bem alimentada. E, assim como as células vegetais alimentam-se da transformação da luz e dos elementos nutritivos do solo em energia, também as do nosso organismo dependem da nutrição oriunda da luz solar. Nada melhor do que oferecer a ele a reserva vital da luz sintetizada, contida nas frutas oleaginosas, nos feijões e nos grãos que carreiam nutrientes e a memória da vida que pode ser levada a cada célula do organismo que deles se alimenta. ”

Além disso, o leite ao qual temos acesso, nestes tempos modernos, que atendem à larga escala de consumo e distribuição, não é leite em seu estado mais puro.

É importante saber que o leite que chega até nós como produto da moderna, atual e crescente indústria agropecuária, contém estas outras substâncias:

  1. Antibióticos – para tratar as doenças e mastites frequentes do animal explorado em excesso.
  2. Hormônios sintéticos – para acelerar e aumentar a produção do leite. Sim, as vacas usadas para extração do leite ficam em lactação e sendo ordenhadas, mas sem amamentar seus bezerros, praticamente por cinco anos, durante todo o seu ciclo vital de adolescentes. Quando não conseguem mais produzir na escala desejada, são abatidas, e suas carnes estão tão desestruturadas pelos efeitos hormonais, pelas drogas anti-inflamatórias e antibióticas destes cinco anos contínuos de intoxicação e maus tratos, que prestam somente para abastecer as fábricas de hambúrgueres e preparados cárneos do gênero: junk food!
  3. Pesticidas, metais pesados e efeitos da transgenia do milho e da soja, principais ingredientes da ração que ingerem durante todo o ciclo vital. Milho e soja transgênicos contêm genes antibióticos, ou seja, anti-probióticos, anti-vida e anti-desenvolvimento da vida.
  4. Ureia – decorrente de ocasionais más condições de higiene.
  5. Células somáticas, nome mais palatável que pus, secreção natural das constantes mastites – inflamações dos úberes.
  6. Substâncias que se desprendem das diversas embalagens em que o leite é comercializado.

Em outras palavras, apesar da alegação de ser um alimento nutricionalmente completo, é também um produto bastante alterado e contaminado, afirma Trucom. ”

Laticínios veganos são um assunto de extremo interesse já que cada dia mais e mais pessoas desejam saber mais. Seja por serem alérgicas, seja por serem intolerantes à lactose, seja por questões filosóficas, seja por desejarem um estilo de vida mais sano e sustentável. Eles nos oferecem a oportunidade de desinflamar, regenerar e proteger os intestinos e sua microbiota e também os neurotransmissores, sem dúvida, de vital importância para uma saúde vibrante e plural. Este livro propõe, aos que precisam e aos que desejam, muitas luzes no fim do túnel, com opções veganas de leites e laticínios – tudo baseado em sementes e plantas –, assim como receitas típicas das quais os laticínios veganos fazem parte e diferença.

Com este livro temos uma aquisição valiosa, a da substituição completa do consumo de laticínios animalizados pelo de laticínios vivos, vegetalizados: leites, queijos, patês, iogurtes e delícias criadas sem qualquer passagem pelo sofrimento e matança de fêmeas bovinas pré-adolescentes, forçadas à gestação, ao parto e ao sequestro de seus bebês antes mesmo de terem chegado à idade madura, bebês descartados do plantel do leite, que seguem para a indústria de trituração de carcaças e compõem a ração para animais eleitos para companhia, estima e guarda.

Precisamos saber o que acontece com o alimento que colocamos na mesa. Precisamos saber se queremos estar associados, ou não, ao que acontece para que ele nos chegue à mesa. Pois não se trata de uma questão de escolha, mas de consciência e atitude social, de transformação global.

O propósito de Cadê o leite que estava aqui? É motivar a todos a aprender como transformar sementes germinadas em laticínios, seja para preparar um leite, um iogurte, um queijo, seja para fazer receitas tradicionais da culinária brasileira e mundial, usando saborosas e práticas versões de laticínios veganos em seus preparos. Para tanto, a parte maior deste livro é exatamente de receitas e lindas imagens, divididas de forma amigável em leites e mamadeiras, leites fermentados, queijos firmes e cremosos, refeições matinais, lanches e sobremesas, molhos, cremes e maioneses, refeições salgadas e saladas, e, finalmente, panificação e confeitaria.