Longevidade é o tema central desta edição do XV Congresso Internacional de Nutrição Funcional que é realizado pela VP – Centro de Nutrição Funcional -, referência nacional e internacional na pesquisa e ensino em Nutrição Funcional, que  acontece de 12 a 14 de setembro no Centro de Convenções Frei Caneca /SP.

Carlos Alberto Julio

Carlos Alberto Júlio CEO da Digital House – Escola que forma profissionais para a Nova Economia. falará sobre “ Envelhecimento populacional: desafios e oportunidades diante de um novo panorama da pirâmide populacional brasileira”. no dia 12 de setembro das 8h15 às 8h50

Uma das grandes questões que diz respeito a Longevidade é que essa geração que ganhou longevidade em vida, quer e continua em atividade (profissional ou não), até para manter um padrão de vida confortável e a alegria de viver, praticar esportes, se dedicar a causas sociais; ou seja, para o colunista, o Brasil está envelhecendo sim.

“Inegavelmente estamos envelhecendo, somos 54 milhões de brasileiros com mais de 50 anos, isso significa o equivalente a toda a população da Espanha, que tem aproximadamente 47 milhões de  habitantes ou o equivalente a duas Austrália.  Percebemos que o país está envelhecendo e com uma série de características que diferenciam o homem e a mulher da terceira idade de hoje e de ontem e os comportamentos que se alteram. Uma destas características de ontem é que os pais moravam com os filhos, hoje o que vemos são os filhos voltando a morar com os pais ou aqueles filhos que demoram mais a sair da casa dos pais, isso significa que os pais precisam continuar “pedalando”. Outra característica é o prolongamento da atividade produtiva, o que é bom por um lado, mas que demanda a necessidade de manutenção de renda”.   

Carlos Júlio também diz que em 2045 chegaremos a 93 milhões de brasileiros longevos com 50 ou mais anos – cenário bem diferente de 1970 quando éramos 93 milhões de brasileiros na totalidade, que virou até hino da Seleção Brasileira de Futebol, na Copa do Mundo daquele ano.

Os 54 milhões de brasileiros com 50 anos ou mais movimentam em torno de 1,6 trilhões de reais ao ano, ou seja, o consumo desta faixa etária da população equivale ao consumo de duas Holanda, pontuando que a Holanda é uma país desenvolvido. A renda média do brasileiro com 50 anos ou mais é 40% acima da renda média nacional, então podemos dizer que essas pessoas com 50 anos ou mais tem poder aquisitivo maior do que os jovens que chegam ou que estão no mercado de trabalho brasileiro na atualidade. Com 1,6 trilhões de reais em consumo, de acordo com Carlos Júlio, se considerarmos só as pessoas de cinquenta anos ou mais, num ranking mundial, seríamos a 16ª economia do mundo, ou seja, esses brasileiros na faixa acima dos 50 anos estariam no G20 do consumo mundial. 

“Antes a pessoa com mais de 50 anos, tinha hábitos de consumo menos intensos, hoje vejo que aqueles com 50 ou mais continuam com hábitos intensos de consumo”, pontua Carlos Júlio. O Instituto Locomotiva de Consumo fez pesquisa de intenção de compras de quem tem mais de 50 anos. A pesquisa mostra que 30% dos entrevistados disseram que querem e precisam comprar móveis, 15% querem viagens nacionais, 12% querem comprar uma TV de plasma ou de lead, 12% uma geladeira nova, 9% querem um notebook e 6% um tablet.  

Por isto se discute hoje em dia e são extremamente salutares e positivos as melhorias e os programas de afirmação positiva. Carlos Júlio destaca que talvez o grupo mais discriminado das chamadas melhorias é justamente o dos 50+. “Uma pessoa com mais de 50 anos tem dificuldade em acessar um novo emprego, o mercado de trabalho ainda considera que essas pessoas estão velhas para uma determinada posição no mercado de trabalho. O dilema é, ganhamos 30 anos ou mais de vida, a longevidade; mas se segundo o IBGE vamos viver em média 80 ou 85 anos, como vamos nos aposentar aos 55 anos? Na verdade não vamos até pela mudança prevista na Previdência Social. Mas imaginemos parar de trabalhar aos 55 anos e viver até os 85. Teremos que pedalar, produzir renda para sustento para viver mais 30 anos. Apesar de diminuir algumas despesas com filhos, colégios, educação, em algumas categorias, como planos de saúde e medicamentos, as despesas aumentam nesta faixa etária. Para solucionar esta contradição teremos que redesenhar, não só o aspecto saúde, mas também o aspecto profissional para esse grupo dos 50+”, conclui