A  Abimóvel – Associação  Brasileira das Indústrias do Mobiliário- entidade que representa o setor moveleiro nacional, analisou o impacto do acordo assinado recentemente entre o Mercosul e a União Europeia. Ao avaliar o histórico das exportações brasileiras de móveis prontos e colchões para os países do bloco europeu, a presidente da Abimóvel, Maristela C. Longhi, ressalta que, diante da queda da participação relativa destes países sobre as exportações em geral, que era de 26% em 2016, e que foi reduzida a 20% em 2018, o acordo traz perspectivas bastante positivas ao setor.

 

Segundo levantamento divulgado pela entidade, as exportações brasileiras de móveis prontos e colchões totalizaram em 2018, US$ 633 milhões, acumulando uma expansão total de 28% nos últimos dois anos. Mas os países do bloco europeu, por sua vez, acabaram por reduzir suas compras em 2% no mesmo período, acumulando em 2018 um total de US$ 127 milhões.Os países europeus (98% do total de compradores) concentram suas compras em móveis de madeira, com destaque para dormitórios e outros (salas de jantar, estar, complementos, etc.).  

 

“É bastante oportuna a assinatura do acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia no sentido de fomentar as exportações brasileiras para a região, trazendo-a para patamares de crescimento semelhantes à média registrada pelo Brasil, levando em consideração as exportações dos demais países da União Europeia. O Brasil tem ampliado sua competitividade nos principais mercados mundiais graças aos investimentos da indústria em design, tecnologia, sustentabilidade e desenvolvimento de produtos cada vez mais arrojados e inovadores. Os exportadores nacionais têm participado ativamente de eventos na Europa, como a Feira de Milão, mostrando a competência e inovação do setor.” explica a presidente da Abimóvel.

 

De acordo com os cálculos do sistema de estatísticas do comercio exterior das Nações Unidas (COMTRADE), o potencial de crescimento das exportações brasileiras para a União Europeia, frente aos valores comercializados atualmente, é de pouco mais de US$ 24 milhões, o que representaria um incremento de 19% ao ano. Porém, com o novo acordo de livre comércio, se espera um aumento considerável em negócios, possivelmente o dobro das estimativas atuais (US$ 48 milhões adicionais), o que poderia levar as exportações brasileira para o bloco a um patamar próximo a US$ 175 milhões (FOB), nos próximos dois a três anos.

 

Mas o grande desafio, segundo a Abimóvel, será a aprovação do acordo pelo Parlamento Europeu e pelas Casas Legislativas do Mercosul. “Estamos acompanhando com confiança os esforços do governo brasileiro no sentido de negociar ajustes no tratado tais como a inclusão da cláusula de vigência bilateral, para que o acordo passe a vigorar nos países do Mercosul tão logo seja sancionado pelo seu Parlamento.”

Apesar da complexidade do cenário, Maristela afirma que é hora de comemorarmos a assinatura de um acordo pelo qual o Brasil esperava há vinte anos.

 

O levantamento foi realizado pelo IEMI – Inteligência de Mercado a pedido da Abimóvel.